sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pintura no continente asiático a partir do final do séc. XIX ate os dias de hoje

Ásia

Pintura da China

Pintura de grande formato sob suporte de papel representando São Jerónimo semi-desnudo, reclinado à sombra de uma árvore, sobre um manto, segurando um leão por uma corda. Esta cena tem por pano de fundo uma colina num céu ao entardecer.
A apresentação é uma adaptação por um artista chinês de uma gravura (1560) de Mário Cartaro, gravador italiano, natural de Viterbo, que por sua vez, se inspirou na figura de S. Jerónimo de Miguel Ângelo da Capela Sistina no Vaticano (1).

Esta curiosa e rara pintura apresenta características da representação pictórica europeia, com a figura principal em primeiro plano, dominando a cena e uma paisagem de fundo, sugerindo profundidade. Por outro lado a pincelada delicada, a fisionomia do leão, a dificuldade com a anatomia da figura do Santo, os maneirismos usados para representar a árvore e um evidente estilização, são contributos da pintura chinesa.

A presença Cristã junto da Corte Chinesa no final da época Ming, embora reduzida, deve-se em grande medida à figura enérgica do jesuíta Mateo Ricci que pela sua extraordinária craveira intelectual e cientifica, aliada a uma compreensão profunda da cultura chinesa se conseguiu imiscuir (não sem compromissos) na elite intelectual e imperial de Pequim.

Poucos exemplos restam da pintura cristã produzida na China no tempo de Ricci. Sabe-se, no entanto, que dois artistas Jesuítas (Emanuel Pereira e Jacobo Niwa) ambos saídos do Seminário de Pintores (Macau e Japão) de Giovanni Niccolo, trabalharam nas missões chinesas e que desenvolveram grande actividade pintando a óleo, obras não só para igrejas como para casas particulares e para ofertas a dignitários chineses.

Sabemos também, através de cartas dos Jesuítas, que um número reduzido de artistas convertidos, copiou gravuras europeias cristãs.

Esta representação de S. Jerónimo terá sido, provavelmente executada por um artista treinado na pintura tradicional chinesa, possivelmente convertido e que teria acesso às gravuras cristãs divulgadas pelos Jesuítas. É esta a dedução de Gauvin Bailey relativamente a outra versão desta representação, possivelmente do mesmo artista, que se encontra no City Museum of Graphic Arts em Machida no Japão

O artista chinês, possivelmente cristão, apropriou uma imagem “exótica” e adaptou-a com aproximações ao imaginário budista local, num jogo subtil de convergência, aproveitando as semelhanças da iconografia de S. Jerónimo com a do Sétimo Lohan Bhadra. Esta postura, certamente conferiria uma maior aceitabilidade ao Santo. Nesta época, o Cristianismo na China, deparava-se com enormes entraves e suspeitas, tendo os próprios Jesuítas recorrido a inúmeros artifícios para o tornar mais aceitável, num ambiente pouco tolerante, onde o Budismo e o Taoismo estavam estabelecidos havia muitos séculos. Esta atitude de compromisso praticada pelos Jesuítas, viria a ser contestada e finalmente banida pelo Papa Benedito XIV em 1742, no desenlace de uma disputa – a questão dos ritos chineses – que se arrastara por quase cem anos.

S. Jerónimo

S. Jerónimo

S. Jerónimo
Pintura sobre papel
China, Dinastia Ming, princípio do séc. XVII
Larg. 68,5cm x Alt. 133cm

S. Jerónimo

Pinturas para admirar – Arte asiática

As belíssimas pinturas asiáticas, uma arte milenar que envolve muita técnica, concentração e paixão pela arte da pintura. Com traços marcantes e figuras geralmente femininas, essas pinturas ganham o mundo e cai no gosto dos turistas que visitam toda a Ásia.

Animais e escritas nativas são facilmente encontradas nas pinturas, a beleza da mulher asiática está em evidência como também uma sutil sensualidade e erotismo, músicas e movimentos corporais também são registrados.

Vale a penas contemplar e admirar tão belas manifestações de arte.

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Alunos: Gustavo Lima e Analu

Um comentário:

  1. Gustavo e Analu, fica difícil corrigir algo já publicado. Qual a razão de vocês não terem lido e produzido o texto de vocês mesmos??? Agora, as gravuras estão ótimas.

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