quinta-feira, 8 de abril de 2010

Música Continente Europeu

Música Inglesa

Na Inglaterra, a elaboração sinfonista da matéria folclórica já fora levada a um grau de perfeição e refinamento notáveis por Eduard Elgar. E acham-se em destaque as sinfonias, os concertos, a música religiosa e de câmara, bem como as óperas e músicas de fundo para grandes filmes como os shakesperianos.

Música Alemã

Também se encontram sinfonias, obras de câmara, corais, cantatas edênicas, orquestras, óperas, ballets, estilos atonais livres e concertos para piano e vários quartetos de corda.

-A crise na Alemanha

A crise é, em primeira linha, alemã. Reger, Pfitzner, Mahler e Richard Strauss ficam impossibilitados de continuar fazendo música assim como Wagner a fizera. Cada um procura, a seu modo, sair do impasse. Para diante ou para trás.
Max Reger (1873-1916), embora tenha começado como wagneriano entusiasmado, foi anti-Wagner e combateu a música de programa e os poemas sinfônicos de Richard Strauss. Só admitia a música absoluta. Sua música para órgão é a melhor que se escreveu no século XX. Nela encontramos obras com traços de Bach, outras dramaticamente beethovianas e outras severas e sombrias como se fossem de Brahms. Suas obras bachianas e o Concerto em Estilo Antigo (1912) antecipam a "moda barroca" na música alemã de 1920 e 1930 e o "neoclassicismo" de muitos estrangeiros da mesma época.
Hans Pfitzner (1869-1949), wagneriano, procurou aprofundar o "germanismo" de Wagner acrescentando-lhe qualidades típicas do primeiro romantismo alemão (Weber e Schumann). Combateu os "modernismos", que ele chamava de "futurismos". Cultivou com felicidade o lied, gênero típicamente romântico, do qual foi o último mestre no estilo schumanniano.
Gustav Mahler (1860-1911), grande regente de orquestra, era admirado pelos seus contemporâneos, que o achavam "ultramoderno" na sua atividade criadora. Mas era um último romântico. Seus lieder não são acompanhados, como os de Schubert, Schumann, Brahms e Wolf, pelo piano, mas pela orquestra sinfônica. Desse lied sinfônico só é um passo para a sinfonia com canto, de solista e coral. Para isso, segue o modelo da missa sinfônica de Bruckner. É wagneriano só através de Bruckner. Mas, no aspecto técnico, não se contenta apenas com os efeitos orquestrais de Bruckner: volta à tradição de Berlioz, de orquestras e coros de grandes dimensões. A grande tradição austríaca (Haydn, Schubert e Bruckner) constitui a sua base.
Richard Strauss (1864-1949) teve uma evolução que não obedeceu a transições lógicas, de uma fase para outra; seguiu o ziguezague do oportunista, adaptando sua arte a gostos e modas diversas. Começou como discípulo de Brahms, foi wagneriano e finalmente adotou a música de programa, o poema sinfônico, à maneira de Berlioz e de Liszt. E conseguiu o que Berlioz não conseguira: sucesso junto ao público. Na década de 1900 escreveu óperas, nas quais a orquestra explica os acontecimentos no palco. Influenciado pelo poeta austríaco Hugo von Hofmannsthal, o wagneriano converte-se a Mozart: passa a viver no mundo meio barroco, meio Rococó da Áustria do século XVIII. Seu neobarroquismo foi um sintoma de crise da época.

Música Italiana

Existem ali os conservadores do duodecafonismo, e outros que buscam novas vias com maior liberdade apresentando óperas sensacionalistas, e outras formas de obras sinfônicas diversas e ballets.

-O neo-romantismo italiano: Verdi

Os anti-wagnerianos alemães procuravam por um anti-Wagner, que não poderia ser Verdi pois, tanto Wagner como Verdi, eram neo-românticos.
Giuseppe Verdi (1813-1901) foi a figura mais importante na sucessão de compositores de ópera italiana do século XIX, que começou com Rossini e terminou com Puccini. Passou a escrever ópera seriamente somente após o sucesso popular de Nabucco (1842).
Suas obras-primas surgem a partir de 1850. A ópera, até então, só tratava de personagens nobres e mulheres bonitas em ambiente histórico ou mitológico. Mas Verdi colocou no centro de Rigoletto (1851) um corcunda, em Il Trovatore (1852) irmãos amando a mesma mulher e em La Traviata (1853) uma prostituta. É o realismo de Verdi. E usam-se, pela primeira vez na história da ópera, trajes modernos, contemporâneos, no palco. Esse realismo não tem nada a ver com o do romance do seu tempo, com Balzac, Flaubert ou Zola. É o realismo brutal, deliberadamente exagerado, dos românticos franceses.
Neo-romântico, como Wagner, mas com ideais diferentes. Sua obra fundamenta-se em firmes convicções morais e religiosas do romantismo político e humanitário do Risorgimento, cujos pólos dialéticos são o Prazer e a Felicidade, o Gozo e o Sofrimento, a Obcecação e a revelação da Verdade, o Sacrifício e a Vitória. Ele simpatiza sobretudo com as vítimas, os humilhados e os ofendidos, cujos destinos culminam nos grandes finales trágicos. Um pessimismo tão profundo como o do autor de Tristão e Isolda.
Depois dessas óperas, começou a compor num estilo mais compacto, "sinfônico", usando a orquestra para fazer brotar o significado emocional de cada cena e criando desenvolvimentos que tomam todo um ato.
A repercussão internacional da arte de Verdi transformou Milão, novamente, em grande centro musical. A influência de Verdi foi menos decisiva do que a de seu contemporâneo alemão Wagner. Compositores românticos de óperas que os sucederam, aproveitaram o estilo de ambos, mas a nova linguagem musical que se desenvolveu depois de 1900 deveu mais à polifonia e à harmonia cromática de Wagner do que ao lirismo, vigor e à luz de Verdi. Como o mais conservador e popular dos dois, Verdi foi também considerado sob suspeita pelos críticos e acadêmicos.

-A ópera verista na Itália e na França

Até então, a ópera italiana sempre se irradiara pelo mundo inteiro, sem receber influências do estrangeiro, com exceção dos compositores italianos que viviam na França (Cherubini, Spontini, Rossini). Mas, por fim, uma influência francesa age diretamente sobre a Itália. Foi Carmen de Bizet. Ela faz a nova geração de compositores de óperas voltar ao caminho dos fortes efeitos dramáticos. Em vez da Espanha, dos ciganos, os sicilianos e napolitanos.
Nesse mesmo tempo, os romancistas italianos Capuana e De Roberto, seguindo o exemplo do grande Verga, descobriram o mundo das paixões elementares e superstições arcaicas da Sicília. Pintaram-no com cores de naturalismo de Zola. Surgia o Verismo (realismo, em italiano), um movimento artístico do fim do século XIX.
O termo Verismo é usado particularmente para a ópera italiana desse período, que frequentemente apresentava intrigas violentas e envolvimentos sórdidos, resultando num tratamento melodramático que tendia a explorar momentos individuais de crise. Mascagni e Leoncavallo foram os criadores da ópera verista que, graças ao seu sucesso mundial, encontrou imitadores em toda a parte.
Pietro Mascagni (1863-1945) foi um dos mais importantes compositores de ópera italiana da geração pós-Verdi. Sua primeira ópera foi Cavalleria Rusticana (Cavalheirismo Rústico, 1889), marco do Verismo.
Ruggero Leoncavallo (1858-1919) é conhecido na atualidade pela sua ópera I Pagliacci (Os Palhaços, 1892), embora tenha composto outras.
Na França, o Verismo assumiu uma feição mais lírica, mais fina, o que veio a repercutir, por sua vez, na Itália de 1900, que era uma província espiritual da França, onde se liam mais livros franceses do que italianos.
Giacomo Puccini (1858-1924) é o representante desse franco-italianismo. Grande inventor de melodias, com fina cultura musical, traiu sua arte, sacrificando tudo pelo sucesso comercial. Só as circunstâncias históricas ligam seus começos aos do Verismo. As origens de sua arte são francesas e alemãs. Admirava o romantismo de Weber. Adotou os leitmotifs de Wagner e tratou a orquestra com finura e sensibilidade. Não foi um inovador dramático ou musical, como Verdi, mas obteve grande sucesso internacional.

Música Francesa

A França é um país da maior importância no panorama da música do século XX. Encontramos ali dramatismos sinfônicos, exosticismos, jazz e polifonia acompanhados de forças imaginativas, inquietude e apegos, no fundo, a certos valores de tradição. Existem também óperas, concertos e outras obras sinfônicas, músicas para filmes, corais, e gamas exóticas revalorizadoras do órgão do piano e da importância teórica.

Música Espanhola

Desde o uso do coro no emprego do folclore marcado pelas conseqüências pós-guerra, das orquestras e trabalhos para fundo de cinema, até as tendências mais vanguardistas, músicas aleatórias e outras modalidades experimentais.

Fim do século XIX: A crise da música européia

A saturação com a música wagneriana acontece por volta de 1900 e teve suas raízes na própria música de Wagner. Com Tristão e Isolda, em 1859, Wagner chega às últimas possibilidades do cromatismo romântico. Por volta de 1900, quando a crise social e ideológica sacode a Europa, resultando na ascensão dos partidos socialistas e nas explosões do sindicalismo revolucionário, sente-se um cansaço geral, fala-se em Decadência em todos os setores da vida. Na música, o entusiasmo de tantos compositores por Tristão e Isolda é interpretado como decadentismo.

Alunos: Felipe Cavalcante Ramos e Jefferson Cordeiro

Um comentário:

  1. Felipe e Jefferson, a pesquisa de vocês abordou os aspestos que deveriam existir. Acontece que ficou cópia e cola dos sites pesquisados. Para colocarem na revista, há a necessidade de refacção.

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